A Doença Hepática Gordurosa não Alcoólica (DHGNA) já acomete 25% da população mundial, podendo chegar a números acima de 90% na população obesa. Recentemente, um conjunto de sociedades internacionais se uniu e recomendou a nomenclatura “Doença hepática esteatótica associada a distúrbio metabólico” para os casos onde se verifique aumento da gordura hepática (>5%) associada a componentes da síndrome metabólica (Obesidade abdominal, glicemia alterada, dislipidemia e hipertensão). Tal associação favorece a progressão da inflamação e fibrose hepáticas, podendo culminar com cirrose e hepatocarcinoma, além de elevar substancialmente o risco de evento cardiovascular.
Agora são as grandes entidades representativas nacionais (as Sociedades de Endocrinologia, Hepatologia e de Obesidade e Sindrome Metabólica) que se reuniram para lançar um documento com recomendações para o manejo da Doença Hepática Esteatótica.
Vamos aos pontos principais?
Rastreio e diagnóstico
– Todos os indivíduos com IMC ≥ 25 kg/m2 devem ser rastreados quanto a presença da Doença Hepática Esteatótica, independentemente da existência de outros fatores de risco metabólicos.
– A Ultrassonografia (USG) é recomendada como exame de rastreio inicial. O exame tem menor acurácia em IMC ≥ 35kg/m2 e para casos de esteatose leve.
– A Ressonância magnética pode ser utilizada no rastreio. Principalmente se IMC ≥ 35kg/m2 e para quantificar esteatose.
– Transaminases não devem ser usadas isoladamente na avaliação inicial.
Confirmada esteatose
– Avaliar risco Cardiovascular.
– Excluir outras causas de doença hepática.
– Calcular o escore Fib4:
Tratamento
Não farmacológico
– Perder peso. Alvo > 5%. Ideal > 7
- Dieta do mediterrâneo.
- Substituição de carboidrato por proteína.
- Substituição de gordura saturada por insaturada.
- Restringir ultraprocessados.
- Aumentar fibras.
- Restringir frutose.
- Consumo regular de Café
- Restringir álcool (se MASLD, não existe margem de segurança).
Tratamento farmacológico
– Indicado se esteatohepatite.
– iSGLT2 – reduz esteatose
– aGLP1 – reduz esteatose, reduz inflamação.
– Vitamina E – reduz esteatose, reduz inflamação. (não usar se diabetes)
– Pioglitazona – reduz esteatose, inflamação e fibrose.
Cirurgia Bariátrica – se IMC ≥ 35 kg/m2
– reduz esteatose, inflamação e fibrose.
– Bypass tem melhores evidências que Sleeve.